Viúva Lamego expõe painel de azulejos de Bela Silva na Maison & Objet

Viúva Lamego expõe painel de azulejos de Bela Silva na Maison & Objet

A presença da Viúva Lamego na próxima edição da Maison & Objet, em Paris, assumirá diversas formas, com destaque para o painel concebido por Bela Silva. A artista portuguesa, que vive entre Lisboa e Bruxelas, é a autora de várias obras produzidas na Viúva Lamego, onde tem, à semelhança de outros grandes nomes nacionais e internacionais, uma residência artística. Fruto desta parceria nasce um painel de azulejos pintados à mão com o nome “Um pássaro mexicano que viaja no tempo do México à Índia”, que será a talking piece da exposição.

Bela Silva, global., viúva lamego
Cortesia Galerie Regala Arles

A inspiração para este trabalho transcende fronteiras e viaja até à Índia e ao México: as duas geografias tão distantes entre si encontram na exuberância de cores um denominador comum. “Queria sair da minha paleta cromática habitual, e ser ousada, ao usar outras cores que não são tão usuais nos meus trabalhos, como vermelhos e laranjas. Agora, tenho vontade de explorar cores mais quentes”, diz a artista.Bela Silva, que estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto e de Lisboa, mas também no Centro de Arte e Comunicação AR.Co, na Norwich University of the Arts, no Reino Unido, e no Art Institute of Chicago, há muito que colabora com a Viúva Lamego.

Nascida em Lisboa em 1966, a primeira paixão foi o desenho; só depois a escultura e a cerâmica. A capital portuguesa (bem como a família) desempenhou um papel importante no seu desenvolvimento artístico, talvez pela luz da cidade, talvez pelos desenhos impressos nos azulejos que cobrem as suas fachadas. Mas não só: em Jorge Vieira, com as suas esculturas em terracota, e em Querubim Lapa, desenhador, pintor e professor, encontrou referências. “Foi deles que recebi os primeiros incentivos [nas Belas-Artes, em Lisboa] e foi com eles que tive os meus primeiros entusiasmos”, chegou a dizer em entrevista à revista Up.
Peças inspiradas na natureza, na fauna e na flora, e desenhos ora românticos ora delirantes ajudam a contar a história do percurso artístico de Bela Silva, cujos trabalhos em cerâmica, desenho e pintura estão, segundo a Coté SUD, na fronteira entre as belas artes e as artes

decorativas. A arte barroca portuguesa, a espontaneidade inglesa, a intensidade americana e o surrealismo belga fazem ainda parte da carteira de inspirações.

Encomendas públicas, como a sua intervenção na estação de metro de Alvalade, lenços desenhados para a luxuosa Hermès, onde a azulejaria portuguesa brilha, ou ilustrações para o The New York Times fazem parte do currículo. Bela Silva já antes expôs em vários museus lisboetas, como o Museu do Azulejo, a Fundação Calouste Gulbenkian ou o Palácio da Ajuda, mas também nos Estados Unidos, no Brasil, em Espanha, em França, na China e no Japão.

O surpreendente painel que a artista criou com o contributo da Viúva Lamego será revelado na muito aguardada feira internacional Maison & Objet, a decorrer entre 8 e 12 de setembro, e juntar-se-á à já longa lista de trabalhos com uma identidade muito própria, a de Bela Silva.

Partilhar

I want to KNOW + ABOUT Global.

Subscribe our Newsletter