O mercado mundial das casas de luxo continua a crescer, com os preços médios anuais a aumentarem 2,1% nos 46 mercados analisados pelo Índice Knight Frank Prime Global Cities, no período de 12 meses até setembro. Esta é, aliás, a mais elevada taxa de crescimento registada desde o terceiro trimestre de 2022.
De acordo com o mais recente relatório da Knight Frank, que desde 2021 é parceira da portuguesa Quintela+Penalva, 67% das cidades estudadas mostram crescimento de preço, a um ano.
O crescimento do preço médio nos principais mercados urbanos globais registou uma subida no terceiro trimestre de 2023. A taxa média de crescimento foi de 2,1% para o período de 12 meses até setembro. Em relação ao segundo trimestre o aumento foi de 1,6% e, por comparação o crescimento registado no primeiro trimestre foi de 0,2%.
A recuperação dos preços anuais confirma que os mercados imobiliários mundiais estão a mostrar sinais de estabilização, apesar do aumento acentuado das taxas juro no que se refere ao crédito à habitação.
No entanto, enquanto 67% dos mercados registaram aumento dos preços ao longo do ano, apenas 63% registaram um aumento no trimestre, o que indica alguma incerteza, devido principalmente à possibilidade de novas subidas das taxas de juro.
A atual incerteza quanto à inflação e o risco das taxas de juro continuam a influenciar o mercado imobiliário, incluindo o segmento de luxo, o que poderá limitar o crescimento dos preços a médio prazo.
Lisboa no top três das cidades europeias
A cidade de Lisboa surge em 13º lugar no ranking das cidades mundiais cujo preço regista um crescimento de 3,1% nos 12 meses, de 0,9% a seis meses e 0,7% a 3 meses, e em terceiro lugar quando olhamos para as cidades europeias, antecedida apenas por Madrid (em 5º lugar) e Estocolmo (em 6ª posição).
Efetivamente, e segundo Francisco Quintela, Partner da Quintela + Penalva l Knight Frank: “na Europa, Lisboa continua no ranking da liga dos campeões no que toca ao mercado prime, não somente pela crescente qualidade da oferta, ainda que escassa face à procura, mas também pela atratividade que o nosso país tem. As recentes medidas do Governo, no que toca à habitação geraram um clima de incerteza e irão, certamente, provocar um arrefecimento por parte dos investidores. No entanto o mercado imobiliário, nomeadamente o mercado prime, continuará a ser atrativo e um porto seguro para quem procurar o nosso país como um destino seguro e com características únicas na Europa”.
Em conclusão
Com a descida da inflação e a manutenção das taxas de juro pelos bancos centrais, a procura de imóveis residenciais melhorou em vários mercados, contribuindo para a melhoria nos resultados do índice Knight Frank.
No entanto, este aumento na procura poderá ser alterado caso o rumo da inflação venha a subir. Um aumento mais sustentado da procura e dos preços só será alcançado quando as taxas começarem a baixar – o que é pouco provável que ocorra antes de meados de 2024.
Segundo Liam Bailey, Global Head of Research da Knight Frank, “a melhoria do crescimento médio anual dos preços da habitação será bem acolhida pelos proprietários de imóveis no mercado de primeira habitação. No entanto é preciso alguma cautela. Taxas mais elevadas significam que passámos para um período de menor crescimento dos preços dos ativos – e os investidores terão de se esforçar mais para identificar oportunidades de forma a garantir retornos pretendidos”.