São necessárias uma série de competências para desenvolver o trabalho de Relações Públicas: um olhar estratégico, uma boa capacidade analítica, uma desenvoltura comunicacional e criatividade. Estes componentes todos misturam-se para criar uma colorida, evocativa, envolvente e informativa paisagem. Para os que são melhores na parte estratégica e analítica, o lado criativo pode nem sempre surgir tão naturalmente. A boa notícia é que nunca é tarde de mais para exercitar este músculo.
Assim como a positividade “atrai” a positividade, saturar o ambiente com ideias de pensadores que tenho tanto de inteligentes quanto inovadores vai ajudá-lo a criar o combustível necessário para por a sua criatividade a funcionar. O ser humano é naturalmente impactado por tudo aquilo que o rodeia, por isso, faz todo o sentido que se rodeie daquilo que procura. Quando o poço de criatividade estiver aparentemente seco, use estas quatro dicas.
Preste atenção à sua volta: curiosidade leva à inovação
É normal que durante uma pesquisa ativa sobre tópicos de interesse nos cruzemos com ideias de pessoas que podem mudar a forma como pensamos. Isto leva-nos a um território que não é o habitual. Por isso, procure observar tudo, vá para lá daqueles que são os standards do meio das Relações Públicas. Tente descobrir quem são as pessoas que estão a quebrar estas barreiras com as mais eficazes campanhas. Algo completamente inesperado pode tornar-se no gatilho que desencadeia uma ideia brilhante.
Seja curioso e considere tudo aquilo que veio antes, de forma a identificar potenciais falhas ou novas formas de interpretar a história. Tenha em mente que algumas ideias podem só ser uma reformulação de uma antiga. Pergunte-se a si mesmo de que maneira pode apresentar algo de forma inovadora. Experimente funcionar ao contrário para obter uma perspetiva diferente de pensar. Isto estimula o desenvolvimento do processo criativo.
Se observarmos com atenção, a criatividade nada mais é do que uma forma de comunicação que se foca em solucionar questões com uma mente aberta. É fácil ultrapassar os limites com ideias ousadas, por isso lembre-se que as soluções devem aproximar-se da sua estratégia geral. Afinal de contas, o target que deseja alcançar é o mais importante.
Mude o espaço físico que o rodeia
Por muito importante que seja alargar a suas pesquisas a novos espaços digitais, alterar o seu entorno físico pode também ser impactante. Sentar-se na mesma mesa, dia após dia, estimula o lado esquerdo do cérebro limitando a sua criatividade. O trabalho de Relações Públicas também pode exigir que o faça, mas esta prática acaba por ser contraproducente quando quer ter ideias inovadoras. Se quiser mudar essas engrenagens mentais, faça uma caminhada para limpar a mente e receber novos estímulos. A criatividade raramente surge em condições estáticas.
Permite-se parar por um pouco, a respirar para reduzir o stress, desta forma está a convidar o hemisfério direito do cérebro a funcionar. Aproveite para fazer uma caminhada. Ao ver algo novo, ou a interagir com alguém no percurso, pode surgir-lhe uma ideia que o ajuda a reimaginar a forma como um público recebe uma determinada mensagem. Vá além das suas barreiras, e permita que novos pensamentos venham à tona. Mesmo uma pequena mudança no seu ambiente atual – como mudar para uma zona diferente do escritório – pode evocar novas correntes de pensamento.
Faça uma sessão de brainstorm com uma política de “não existem ideias más”
Pode ser difícil reduzir a pressão quando tem a responsabilidade de entregar um plano criativo de Relações Públicas. Para o ajudar, faça uma sessão de brainstorm com sua equipa e dê-lhes espaço para expressar as suas ideias. Tenha em mente que pode haver um membro que não se sente à vontade para partilhar uma opinião por medo de julgamento ou crítica. Procure criar um ambiente divertido e descontraído, onde as ideias possam fluir.
A melhor forma de o fazer, é adotando uma política de “não existem ideias más”. Nesta ação podem não surgir ideias brilhantes, mas seguramente vai desencadear uma conversa interessante que a pode levar a algo incrível. Tal como acontece com um motor frio no inverno, o seu cérebro precisa de aquecer para desenvolver uma forma diferente de pensar sobre o assunto. Muitas das vezes, é preciso um número significativo de ideias más para que surjam as boas.
Para refletir sobre algo, certifique-se de que toda a sua equipa entende os objetivos e as necessidades do público. A criatividade vem neste trabalho conjunto. Convidar membros com diferentes experiências e perspectivas de vida facilitará a abertura do espaço para discussões mais abrangentes.
Procure criar empatia com o target
Trabalhe numa experiência de Relações Públicas que envolva o público e alavanque a marca que quer promover. Para o consumidor os problemas são indiferentes, eles querem antes saber a forma como determinado produto vai melhorar as suas vidas. Por isso, em vez de focar na necessidade vai que preencher, considere criar mensagens emotivas que façam as pessoas escolhê-la.
Crie uma narrativa onde o público se possa inserir facilmente, no qual a marca forneça o elemento que eles desejam. Procure deixar as pessoas com um sentimento que viva muito para lá daquele momento. Se, por exemplo, estiver a desenvolver uma história para uma marca de café, já sabe que a concorrência é grande. Por isso é necessário entender de que forma as pessoas estão a fazer as suas escolhas. Só assim a sua mente vai conseguir relacionar-se com as necessidades do target.
O que retirar daqui
Se sentir que a sua imaginação diminuiu, lembre-se de que é preciso disposição para mudar e para desbloquear. Não se debata para ter novas ideias, preso na crença limitante de que tudo tem que partir apenas de si. Reúna-se com a equipa. Tenha coragem de expressar até mesmo as ideias mais estapafúrdias que desafiam o status quo, e mantenha a curiosidade para garantir que não perde a sua força criativa. Quando atingir um bloqueio mental, olhe para o objetivo de uma perspetiva diferente, ou altere seu entorno físico para promover novas descobertas. Desde que tenha em mente o público-alvo, e transmita mensagens relevantes, pode sentir-se à vontade para pegar nas chaves da criatividade e forjar seu próprio caminho.
Este artigo foi originalmente publicado na página da PRGN, e escrito por Natalie Ghidotti