Dar uma entrevista nem sempre é uma tarefa fácil. Até os gestores mais habituados a falar em público sentem uma certa relutância em conversar com os media. É perfeitamente natural que assim seja, afinal, ao fazê-lo, sabem que vão estar expostos ao escrutínio do público e dos seus pares.
São vários os fatores que entram em jogo nestas situações e, por isso, é necessária preparação. Uma boa entrevista é resultado do treino adequado. Isto envolve aspetos que vão desde da qualidade das respostas à linguagem corporal — e nenhum elemento deve ser negligenciado.
Assim sendo, ter acesso a um media training bem estruturado com o objetivo de o preparar para qualquer situação ou questão é fundamental. Nestas sessões o foco é o de o ajudar a melhor a performance tanto em frente do microfone como da camara, para que consiga abordar vários tópicos de interesse de forma clara e efetiva.
Por ser responsável por preparar o porta-voz e facilitar a comunicação entre a organização e os media, a assessoria de imprensa desempenha um papel crucial neste contexto. É ali que encontra os especialistas da indústria das relações públicas que conseguem providenciar uma serie de conselhos que ajudam a melhorar a sua relação com os órgãos de comunicação social.
Existem muitos aspetos que deve ter em consideração quando se está a preparar para uma entrevista, mas conseguimos resumi-los a cinco pontos. Reunimo-los, em baixa, para que os possa ter em consideração.
Esteja preparado
Não é só o repórter que deve estar preparado, e que deve investigar a pessoa que vai entrevistar. O oposto também pode (e deve) acontecer. Nesse sentido é bastante útil ler os artigos que fora recentemente escritos pelo jornalista ou, no caso de se tratar de televisão, ver alguns episódios do programa em questão. Preste atenção a tudo, desde o tipo de perguntas e estilo de entrevista que é feita, aos assuntos em que o entrevistador se tende a focar mais. Procure também saber se ele já falou sobre a sua empresa, sobre outros players do mercado, e de que forma abordou ambos.
Seja claro e conciso
Escolha algumas mensagens-chave em que se queira focar e tente transmiti-las de forma eficaz — a clareza é essencial. Dessa forma garante que não se deixa levar pelo rumo designado pelo repórter. É bom que consiga identificar, atempadamente, os assuntos a que quer dar mais enfase durante a entrevista. Para tornar a conversa mais impactante, certifique-se de que as suas respostas são claras e que respondem diretamente à questão. Se possível, sustente-as com dados e fontes confiáveis.
Seja consistente com a mensagem que quer passar
Confirme sempre com a sua assessoria de imprensa quais são os temas que podem ser partilhados. Mantenha em mente que o jornalista pode também fazer questões sobre a atualidade: confirme qual é o posicionamento da sua empresa nos principais tópicos. Só assim vai conseguir responder de forma direta e concisa, transmitindo a visão e a mensagem da organização em que trabalha.
Conheça os pontos fracos da sua empresa e compreenda o mercado
O repórter, muitas vezes de forma voluntaria, faz perguntas desconfortáveis. Nesses casos, é aconselhável que não fuja às perguntas, mas que responda sem entrar em zonas mais sensíveis. Um simples “não comento” pode não ser aceite ou, pior ainda, ser mal interpretado pelo jornalista levantando ainda mais questões. Por isso, o melhor a fazer é trazer para cima da mesa outros tópicos nos quais o repórter possa ter interesse, e responder de forma adequada a todas as questões sem se colocar numa situação difícil.
Treine a linguagem verbal e não verbal.
Certifique-se de que tem em consideração todos os tipos de linguagem, desde a verbal à corporal. Até mesmo o tom de voz, as expressões faciais ou a forma como se apresenta podem tornar-se em elementos que influenciam a forma como uma mensagem é transmitida e recebida.
Dica bónus:
Honestidade e consistência são a chave para transmitir qualquer mensagem. Além disso, tente não preencher os silêncios que possam surgir durante a entrevista, use-os como uma oportunidade para se concentrar e se preparar para a questão seguinte.
Este artigo foi originalmente escrito por Jasleen Singh e Chiara Parma e publicado na PRGN.