Formas geométricas em relevo e de escalas iguais são protagonistas na nova coleção de azulejos da Viúva Lamego, desenvolvida em parceria com o arquiteto Miguel Saraiva. A colaboração entre o arquiteto e a fábrica-atelier centenária resultou de um processo natural e partiu do convite da Viúva Lamego, que ao longo de décadas tem trabalhado assiduamente com grandes nomes no domínio das artes.
Miguel Saraiva, CEO do atelier Saraiva & Associados, aplicou o know-how da Viúva Lamego, legado incontornável dos quase 175 anos de história, de maneira a desenvolver uma coleção de assinatura. Para tal, foi crucial cruzar a parte técnica com a linha conceptual tendo em conta composição, cor e vidrado. O arquiteto começou por escavar a chacota para criar movimento no próprio azulejo. De seguida, adicionou formas geométricas com a mesma dimensão para que, podendo ser conjugadas umas com as outras, as peças apresentassem uma composição coerente.
Os azulejos que compõem este projeto estão disponíveis em duas cores, verde e branco, ambas da coleção Viúva Lamego. Ao todo, contam-se 18 peças distribuídas por três modelos – triângulos, quadrados e círculos – que se desdobram em dois tamanhos tradicionais na Viúva Lamego (14×14 e 10x10cm). “Era importante para mim que, quando fosse feito o processo de vidragem, as zonas côncavas dos círculos, dos triângulos e dos quadrados absorvessem mais cor, dando, de certa forma, uma profundidade maior aos azulejos”, assinala Miguel Saraiva.
O arquiteto destaca ainda a importância da sombra tendo em conta a coleção apresentada em formato painel e disposta no exterior, cuja composição das formas, dependendo da orientação solar, permite a criação de uma fachada dinâmica, com vidas distintas ao longo do dia e uma dimensionalidade única. O resultado é um perpétuo jogo de sombras e, ao mesmo tempo, uma ode à geometria e respetiva intemporalidade.
“Senti a necessidade de desenvolver esta peça também para trazer algo de diferenciador ao meu desenho e à minha arquitetura. Há sempre esse desejo de personalizar para lá da forma e da geometria dos nossos objetos e dos nossos edifícios”, continua Miguel Saraiva. Para esta coleção de autor, o arquiteto encontrou na Viúva Lamego o parceiro ideal e no Modernismo, sobretudo dos anos 1950 e 1960 em Portugal, a derradeira inspiração, um período próspero para o azulejo enquanto elemento decorativo de interiores.
“Fiel ao seu ADN, a centenária Viúva Lamego tem tido um papel extraordinário ao proporcionar a arquitetos, escultores, pintores e artistas o desenvolvimento de propostas conceptuais muito interessantes e que valorizam, no meu caso, a arquitetura. A Viúva Lamego tem sido um agente catalisador da cultura nacional”, assegura ainda Miguel Saraiva.
Fundada em 1849, a marca tem cultivado uma relação especial com artistas e arquitetos de renome nacional e internacional – desde 1930, por exemplo, que a Viúva Lamego promove a realização de residências artísticas, também conhecidas como “casulos”, que puseram nomes conhecidos do panorama artístico a trabalhar lado a lado com os artesãos da fábrica que também é um atelier industrial.